terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sobre (re)nascimentos, o amor e a arte


Hoje, 21 de Setembro de 2009.
Uma data aleatória, longe de quaisquer ligações com meu mapa astral, nasce novamente Katiusha de Moraes.
Mas, dessa vez, nasço diferente. Nasço para uma nova existência. Para um caminho místico, para a arte. Ao lado de Mardônio França.
A Fábrica de Asas abrirá as portas novamente. A nau Corsária também volta ao mar.
É o firmar de um enlace.

E, em homenagem ao amor, segue um texto extraído de uma biografia de Dalí:

"(...) entre duas gargalhadas nervosas, Dalí confessa seu amor a Gala. Uma tarefa nada fácil para ele. Com efeito, Helena Devulina Diakanoff, filha de um advogado de Moscovo, a quem todos chamavam Gala, possuía um encanto fascinante, aliado a uma segurança que não deixava de impressionar o jovem Salvador. Este corpo tão próximo do seu, tão real, impedia-o de falar. 'A beleza frágil do rosto não era a única elegância desse corpo', diz-nos ele. Na fase da adolescência, Gala havia tido uma doença pulmonar. 'Olhava o seu andar orgulhoso de deusa da Vitória e dizia para mim mesmo, já com ponta de humor estético: 'Os rostos das deusas da Vitória são obscurecidos pelo mau-humor. Não lhes devemos tocar.' No entenat, eu ia tocá-la e apertar-lhe o corpo, quando a sua mão tocasse na minha. Era o momento de rir, e ri como um nervoso de tal modo violento que, naquele preciso momento, foi mais humilhante para ela. Mas Gala em vez de se sentir ofendida com o meu riso, ficou contente, Fazendo um esforço sobre-humano, apertou a minha mão ainda com mais força, em vez de a largar com desprezo, como teria feito qualquer mulher. A sua intuição de médium fê-la compreender o verdadeiro sentido do meu riso, tão inexplicável para os outros (...) e eu acabava de lho atirar aos pés e de fazê-la compreender o mais aterrorizador de todos os risos (...) Ela seria a minha Gradiva, a minha deusa da Vitória, a minha mulher. Mas para isso era preciso que me curasse. E ela conseguiu-o graças ao poder indomável e insondável do amor que sentia por mim, e cuja profundidade de pensamento e sagacidade prática ultrapassam os métodos psicanalíticos mais ambiciosos'".

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